O artista de IA

Boneca que não chora, bebê que não mama,
É somente plástico, histeria coletiva e drama.
Medo de dar a vida, se apega o boneco sem pulsação,
Falta de responsabilidade que faz viver de ilusão.

No colo da dona, na rua ou no mercado,
Tem gente biruta comprando filho forjado.
Enquanto criança real sofre, chora na rua,
Tem banheira dourada com boneca nua.


É arte? É fuga? É só alienação?
Ou mais uma doença dessa civilização?
Covardia ou medo de assumir de verdade
Ciclo da vida, nove meses, querem facilidade.

É bebê rebórnn, plástico no colo que ganha atenção
Já criança de verdade, na rua, sem leite e pão,
borracha enfeitada, com roupa, e ganhando pais
E festa de aniversário, como se fossem reais.

Enquanto fingem ser mãe, ser pai ou cuidador,
Tem criança de verdade no beco pedindo amor.
Antes era o pai de pétí, agora são os pais do plástico
insegurança em ter filho nesse mundo fantástico

É arte? É fuga? É só alienação?
Ou mais uma doença dessa civilização?
Covardia ou medo de assumir de verdade
Ciclo da vida, nove meses, querem facilidade.

Você dá nome, dá banho, até canta canção,
finge que não vê gente dormindo no chão.
Boneca com laço, perfume, toda enfeitada,
Enquanto a creche do bairro tá abandonada.

Imagina se o rebórnni falasse de verdade,
Talvez gritaria de dor vendo a desigualdade.
Fácil o que não chora,  não tem fome, não reclama,
Difícil é cuidar de quem antes de tudo, te ama.

É arte? É fuga? É só alienação?
Ou mais uma doença dessa civilização?
Covardia ou medo de assumir de verdade
Ciclo da vida, nove meses, querem facilidade.